GTA San Andreas (Modo Noob Game): Família, Sempre.

Episódio 3: Arte Respeitável (Parte 1/2)

Confira o episódio 2 de GTA aqui.

Confira o que é modo noob game aqui.

Observações a ressaltar, antes de tudo:

1 - Essa narração contém palavrões e linguagem de teor sexual e violento. Recomenda-se ter mais de catorze anos para lê-la.

2 - esse trabalho é uma semifanfic que mescla a real história do jogo a pequenas cenas criadas pelo Classicando, então, tenha em mente que a parte colorida é fake quanto aos criadores, e original quanto a narração, além de que algumas deduções de pensamento não portam absoluta certeza da exitência, por ser algo inalcansável até o presente momento;

3 - os termos "negro", "preto" e demais sinônimos serão abordados aqui com frequência, visto que a maior parte dos personagens são realmente afrodescendentes. O uso desses vocábulos não são de tom perjorativo, mas de banal utilização direta, por ressaltar os pensamentos dos reais negros da quebrada, e indireta, por utilizar esses termos como realmente são - aspecto normal dos personagens;

4 - Tenha ciência de que há bastantes palavrões e algumas situações machistas, perante a objetificação das meretrizes, xonofóbicas, quanto aos mexicanos, e até homóbica em outros casos, visto que esse contexto era comum quando o jogo foi lançado, e talvez ainda seja no meio gângster (eu não posso afirmar, nem negar). O Classicando NÃO COMPACTUA com essa linha de pensamento;

5 - As narrrações podem soar estranhas para quem lê, se essa pessoa não se desapegar da conduta desprovida de emoção que conhece da skin do protagonista. Muitos não têm o curto contato aos sentimentos de CJ nas cutscenes, pois pulam logo para a liberdade de movimento, usando as possibilidades do jogo para realizar barbaridades disponiveis segundo suas próprias regras, o que desacostuma o condutor do Carl a vê-lo como um ser portador de emoções e afeto;

6 - Optei por trabalhar com takes próprias da minha jogatina, que auxiliam na imersão à narração; todavia, a qualidade e limunisidade de algumas imagens pode vir a ser um empecilho que, atualmente, não sei resolver.

7 - O classicando resolveu adaptar todas as falas necessárias para que as conversas fluam mais naturalmente, na hora da leitura, conforme a personalidade dos personagens.

Boa leitura!

Visão Classicando

  CJ ficou se perguntando como faria para recuperar o respeito do irmão e ajudá-lo a reerguer a Grove, enquanto assistia ao macarrão amolecer na panela. Ele suspirou, passando a mão na face. Talvez tivesse começado errado ao negar o convite do líder para atormentar os canas e os rivais. Como Smoke cortara a conversa dos dois, CJ não conseguia se decidir se achava ter visto Sweet fechar a cara com a desfeita dele, ou se seria somente pilha que estava pondo na própria cabeça.

  Depois de desistir de comer essa gororoba malcozida, ele resolve sair para fumar um cigarro, enquanto assiste os pedestres da tarde conversarem entre si. Sempre detestara drogas, mas se viciou no tabaco durante esses anos, afim de sufocar toda a mágoa soterrada em seu peito.

  Escorado na parede do beco de seu bairro, ele traga por alguns momentos, derrubando cinzas no chão e matutagem ao vento.

   Instantes depois, seu telefone toca, e ele se desfaz do cotoco que sobra de seu cigarro para, em seguida, atender ao aparelho.

― Alô?

― Deixa eu lhe explicar umas merdas ― é a voz ranzinza do irmão.

― Sweet, ei, qual é a boa?

― Enquanto você fugia, a merda toda por aqui mudou ― Carl quer argumentar com o irmão sobre seu tom acusatório, mas opta por ficar calado ― A Grove Street Families não é mais grande. A Família Seville Boulevard  e a Família Temple Drive criaram problemas e se separaram da Grove. Agora que estamos muito ocupados matando a nós mesmos, os Ballas e os Vagos tomaram tudo, então fique atento por aí.

― Ok, tô ligado; obrigado pelo aviso.

― Traquilo ― sua voz ranzinza soa menos ranzinza ao fim da ligação ― talvez o maninho tenha uma chance, afinal. Sweet, por mais leal que seja a família Grove, jamais consegue negar, nem desprezar seu sangue. Provavelmente, Brian ainda estaria vivo se fosse Sean (Sweet) que estivesse com ele naquele carro.

  CJ, com uma pontinha de esperança, resolve visitar Ryder, à esquerda de sua casa, para ver o que ele está tramando.

Visão Rockstar - Missão Ryder

   Ryder, como sempre, fumaçando feito chaminé, parece muito preocupado em preparar um cano, não dando bola para o recém-chegado. Somente quando seu parça lhe cobra atenção e indaga sobre a presença da bicha, o maloqueiro explica que a pizzaria local anda cobrindo as pichações realizadas pela família Grove, o que está irritando o zé droguinha. Este, então, convida seu mano para ir com ele encontrar e ensinar uma lição ao dono do estabelecimento.

Visão Classicando - Ainda Missão Ryder

― Ei, me mostre como eles dirigem na Costa Leste, amigo ― pede Ryder, antes de adentrar no banco carona de seu velho picador.

    Carl, estupefato que o amigo não quis lhe mostrar o quanto tem uma perfeita condução, adentra no carro e dirige descontraidamente, sentindo até uma repentina vontade de trocar uns papos.

― Ei, o velho Reece ainda tem a barbearia? ― pergunta.

― Como um cuzão ferrado com a bunda de fora ― exagera Ryder ― Ele estourou o diafragma alguns anos atrás. Eu nunca deixaria aquele velho otário chegar perto da minha cabeça.

   CJ, sabendo como o colega adora criticar todos a sua volta, sorri com o comentário, decidindo: 

―Sim, acho que iriei cortar por lá. 

― Não importa. Você tem cinco minutos. Eu cortaria você como se fosse um DJ ― após uns instantes do findar daquela prosa, com Ryder enaltecendo seus dotes de barbeiro, ele segue alfinetando o brô ― Então, quando você vai cair fora de novo?

   Mesmo que revirando os olhos, o negro se força a responder: 

― Não vou, estou pensando em ficar.

― Por quê?! ― Ryder não consegue esconder seu ciúme infantil.

― Minha Família; os amigos estão por aqui.

― Nós sempre estivemos aqui, otário.

― Sim, mas agora eu voltei e sei o que perdi.

― Não fique esperando que eu beije sua bunda, ou algo assim ― desdenha o panaca, encarando obsessivamente a frente da pizzaria pela janela do motorista ― Para mim, você ainda é um fraco.

― Sim, ok, obrigado, amigo ― Debocha CJ.

― Sim, não há de que ― Ryder claramente não está mais disposto a conversar, observando o movimento em frente a pizzaria.

 

   CJ desce do veículo do amigo e adentra na velha barbearia do Reece-Morgan-Freeman, com sua personalidade clara de amante do Black Power, enfatizada pelos retratos dos membros do The Jackson Five. 

  O velho mantém o cabelo do cliente baixo, pelando a parte próxima à nuca e comentando sobre uma futura barba cheia e delineada.

  Enquanto trabalha, sua caduquice se une ao problema do diafragma, fazendo-o tagarelar sobre como a mãe de Carl escolhia seu estilo, ou como o pai cortava o cabelo daquele mesmo jeito, e até mencionou a necessidade do Smoke precisar de um corte. Velho doido. 

  Assim que deixa a barbearia, e atura alguns segundos ofensivos de zoação por parte do amigo, CJ escuta-o chorar sobre a ausência de pichações Grove, e seu incentivo para que adentre na pizzaria do outro lado da rua e soque alguma gordura naquela bunda murcha, sendo exatamente isso que o gangster faz, feliz por ter uma desculpa para se distanciar daquela reclamação irritante.

Visão Rockstar - Ainda Missão Ryder

   Completamente satisfeito pela degustação de uma fatia de pizza, uma porção de batatas e uma bebida gelada, o mano está pronto para partir, quando uma pistola encara ameaçadoramente o atendente atrás do balcão. Ryder, numa postura completamente imbecil, informa se tratar de um assalto, o que faz o homem zoá-lo mesmo ele estando armado; o branquelo até vomita algo sobre sentir muito pelo pai do assaltante, parecendo saber da reação ao pó sagrado. A situação é constrangedora de assistir, e CJ não sabe como reagir à meia-calça escura na cara do deplorável sujeito. O problema é que, nesses segundos de distração, o mané do balcão saca uma fucking escopeta shotgun, botando os idiotas da Grove para correr.

Visão Classicando - Ainda Missão Ryder

   Carl, muito puto, corre atrás do babaca do Ryder.

   Não é surpresa o respeito e influência da Grove ter decaído, se um mané desses caga no chão sempre que tenta fazer algo pela própria reputação.

― Essa pizzaria não vai ser assaltada!

   O gângster ouve o dono da escopeta berrar, segundos antes de a própria fazer o mesmo. A essa altura, Ryder já está dentro do possante.

― O que você está esperando, otário? Nos leve de volta para a Grove, cuzão!

  Por mais irritado e encabulado com a cena, que estivesse, Carl mostra a Ryder, em completo silêncio, como se dirige de verdade, na Costa Leste ou em qualquer outro lugar. Logo não se ouve mais, nem gritos, nem tiros, e o bairro dos verdes adentra no seu campo de visão.

  Agora em casa, Ryder fala calmamente, como se toda aquela merda não tivesse acontecido:

― É melhor ir ver o Sweet. Ele também vai falar a respeito do grafite. Até depois, meu amigo.

   Com uma amamentável vontade de socar a cara daquele bunda-mole, Carl parte sem sequer responder à despedida.

   Mesmo sabendo que passa do ronco pós-almoço, e que Sweet provavelmente está relaxando numa jogatina barata, ou fazendo a tarde de uma dama, CJ precisa conversar com ele a respeito da irresponsabilidade de Ryder; pensando nisso, desce até a casa do irmão, à direita da sua.

Parte 2 do Episódio 3 (com macete missão Ryder) aqui.